Gaivota-d’asa-escura

Gaivota-d’asa-escura

Espécie Marinha

Laridae

Larus fuscus

Lesser Black-backed Gull

Fenologia no ContinenteInvernante, migrador de passagem e reprodutor

Fenologia na MadeiraMigrador de passagem e invernante

Fenologia nos AçoresMigrador de passagem e invernante

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

A gaivota-d’asa-escura nidifica no noroeste da Europa, desde a Rússia até à Península Ibérica, passando pela Islândia. No inverno distribui-se pelas costas do sudoeste europeu, do noroeste africano, dos mares Mediterrâneo, Negro e Cáspio, e da Península Arábica até ao noroeste indiano[3]. Em Portugal Continental ocorre sobretudo na faixa litoral, frequentando também o interior[2]. No mar, concentra-se maioritariamente sobre a plataforma e o talude continentais; encontra-se com maior frequência a norte do cabo Raso no outono. Está presente todo o ano. As aves observadas em Portugal são oriundas, na sua maioria, do Reino Unido, mas também de outros países europeus[2]. Nidifica regularmente (em número muito reduzido) na ilha da Berlenga, havendo ainda registos de nidificação na ilha do Pessegueiro e na Ria Formosa[4]. Em 2012, foi encontrada a nidificar num telhado em Portimão[5]. Suspeita-se de que a espécie poderá já estar a reproduzir-se na ilha da Madeira[6]. Nos Açores é uma visitante regular em todas as ilhas, sobretudo durante a migração e o inverno[7]. Na Madeira, ocorre principalmente nos meses de agosto e de setembro[8], mas também no inverno[4].

Abundância e evolução populacional

Fora da época de nidificação, em especial no inverno e nos períodos migratórios, é a gaivota mais abundante em Portugal Continental, em particular na faixa litoral. Nas últimas décadas, o aumento das populações europeias desta espécie[1] ter-se-á notado também em Portugal, onde invernam dezenas de milhares de indivíduos, nomeadamente em zonas estuarinas[2]. Na costa não estuarina, no inverno de 2009-10, foram contados 13 500 indivíduos[9]. Este número está, contudo, subestimado, já que não foi possível discriminar cerca de 10 000 indivíduos, principalmente imaturos, pertencentes a esta espécie ou à gaivota-de-patas-amarelas. A população invernante nos Açores deverá ter aumentado nos últimos anos, estimando-se atualmente em poucas centenas de indivíduos[7]. Não são conhecidas contagens sistemáticas para a Madeira.

Ecologia e habitat

A maioria da população invernante encontra-se no mar, sobre a plataforma continental, em portos de pesca ou em zonas estuarinas. As praias são regularmente utilizadas como zona de repouso por indivíduos que se alimentam no mar. Esta gaivota frequenta ainda uma grande diversidade de biótopos, incluindo ETAR, aterros sanitários, zonas urbanas, lagoas costeiras, albufeiras, restolhos de arrozais alagados e grandes rios[2]. Da sua dieta diversificada fazem parte peixes, rejeições da pesca, invertebrados (crustáceos marinhos e aquáticos e bivalves) e detritos obtidos em aterros sanitários e saídas de esgotos, entre outros[2]. Em Portugal pode nidificar tanto em ilhas rochosas como de sapal.

Ameaças e conservação

Atualmente não parecem existir ameaças relevantes às suas populações no nosso país. Acidentalmente, esta gaivota pode ser capturada em artes de pesca (redes e palangre).

Referências

  1. BirdLife International (2004). Birds in Europe: population estimates, trends and conservation status. BirdLife International (BirdLife Conservation Series No. 12), Cambridge

  2. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  3. del Hoyo J, Elliot A & Sargatal J (eds.) (1996). Handbook of the birds of the world. Vol. 3. Lynx Edicions, Barcelona

  4. Equipa Atlas (2008). Atlas das Aves Nidificantes em Portugal (1999-2005). Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Parque Natural da Madeira e Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. Assírio & Alvim, Lisboa

  5. Observações publicadas em Noticiários Ornitológicos, ver Publicação – pág. 207

  6. Equipa Atlas (2013). Atlas das Aves do Arquipélago da Madeira.

  7. Birding Azores (2014). Birding Azores database.

  8. Birding Madeira (2014). Trip reports.

  9. Projeto Arenaria (2014). Monitorização da distribuição e abundância de aves nas praias e costas de Portugal.