Moleiro-rabilongo
Ficha Técnica
Espécie Marinha
Stercorariidae
Stercorarius longicaudus
Long-tailed Jaeger
Fenologia no ContinenteMigrador de passagem
Fenologia na MadeiraMigrador de passagem
Fenologia nos AçoresMigrador de passagem
Frequência de ocorrência
Continente
Madeira
Açores
Mapa de Distribuição
Apresentação
Distribuição, movimentos e fenologia
Este moleiro tem uma distribuição circum-ártica durante o período reprodutor, passando o inverno em mares tropicais e do hemisfério sul[2][3]. Migra preferencialmente utilizando águas pelágicas para além da plataforma continental [6][3]. Junto a Portugal Continental, ocorre sobretudo durante a migração pós-nupcial (agosto a outubro). Apesar de preferir claramente o mar alto, observa-se por vezes em passagem junto a cabos, normalmente como resultado de condições meteorológicas e de mar extremamente adversas[4]. Nos Açores, é regular de agosto a outubro, ocorrendo também de abril a junho[7][5]. Na Madeira, os registos conhecidos dizem respeito a indivíduos observados na segunda quinzena de agosto e em setembro[8].
Abundância e evolução populacional
O aumento do número de registos nas últimas décadas deverá essencialmente ser reflexo do maior esforço de observação, sobretudo em mar alto e a partir de terra nos arquipélagos, e não tanto resultado do aumento da população. Nos Açores, o facto de ser considerado relativamente raro dever-se-á ainda à falta de esforço de prospeção, embora nas duas últimas décadas tenham sido avistadas largas dezenas de indivíduos. Na Madeira, podem por vezes observar-se dezenas de indivíduos em passagem num só dia, geralmente adultos ou imaturos[8]. Apesar de ser o mais raro dos moleiros observados em Portugal, deverá ser mais comum do que se supõe, sobretudo nos arquipélagos atlânticos, sendo de admitir que boa parte da população que utiliza o Atlântico migre pela ZEE nacional[3].
Ecologia e habitat
Fora da época de reprodução é uma espécie marinha altamente pelágica. No inverno a sua dieta ainda não é bem conhecida, sendo provavelmente formada por peixes, incluindo carcaças e alimento obtido através de cleptoparasitismo [2]. Durante a reprodução este moleiro consome principalmente pequenos roedores (sobretudo lemingues) e também insetos, incluindo outros itens alimentares quando os primeiros são escassos[2]. Nidifica no solo da tundra ártica e subártica, até aos 1300 metros de altitude, podendo penetrar até a algumas centenas de quilómetros da costa.
Ameaças e conservação
Globalmente, as populações deste moleiro aparentam estar estáveis [1][9]. No entanto, a médio/longo prazo, as alterações climáticas poderão constituir uma ameaça séria durante a época reprodutora, visto que são de prever mudanças importantes nos ecossistemas da tundra ártica.
Galeria
Referências
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BirdLife International (2004). Birds in Europe: population estimates, trends and conservation status. BirdLife International (BirdLife Conservation Series No. 12), Cambridge
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del Hoyo J, Elliot A & Sargatal J (eds.) (1996). Handbook of the birds of the world. Vol. 3. Lynx Edicions, Barcelona
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Gilg O, Moe B, Hanssen SA, Schmidt NM, Sittler B, Hansen J, Reneerkens J, Sabard B, Chastel O, Moreau J, Phillips RA, Oudman T, Biersma EM, Fenstad AA, Lang J & Bollache L (2013). Trans-Equatorial Migration Routes, Staging Sites and Wintering Areas of a High-Arctic Avian Predator: The Long-tailed Skua (Stercorarius longicaudus). PLoS ONE 8(5): e64614
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Moore CC (2000). Movimentações invulgares de aves marinhas junto ao cabo Carvoeiro. Pardela 13: 7-10
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Relatórios do Comité Português de Raridades, ver Publicação – pág. 207
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Sittler B, Aebischer A & Gilg O (2011). Post-breeding migration of four Long-tailed Skuas (Stercorarius longicaudus) from North and East Greenland to West Africa. Journal of Ornithology 152: 375-381
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Birding Azores (2014). Birding Azores database.
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Birding Madeira (2014). Trip reports.
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BirdLife International (2014). IUCN Red List for birds.