Maçarico-das-rochas

Maçarico-das-rochas

Espécie Limícola

Scolopacidae

Actitis hypoleucos

Common Sandpiper

Fenologia no ContinenteReprodutor, migrador de passagem e invernante

Fenologia na MadeiraMigrador de passagem e invernante

Fenologia nos AçoresAcidental

Distribuição, movimentos e fenologia

Esta pequena limícola nidifica ao longo de grande parte da Eurásia, incluindo o território continental português[1]. De inverno distribui-se esparsamente pela Europa (sobretudo no sul), concentrando-se maioritariamente em África e no sul da Ásia[2]. Em Portugal Continental nota-se um fluxo migratório considerável no verão e no início do outono[1]. As aves que passam e invernam em Portugal provavelmente provêm de muitos países da Europa Ocidental e Setentrional. No entanto, nada é conhecido sobre o comportamento migratório das aves que nidificam entre nós[1]. Na costa marinha continental, o maçarico-das-rochas parece ser claramente mais abundante nas regiões do sul.

Abundância e evolução populacional

O conhecimento sobre as populações nidificantes e invernantes desta ave em Portugal é claramente insuficiente para permitir a apresentação de estimativas populacionais. A cerca de meia centena de aves detetadas no âmbito do censo nacional do Projeto Arenaria[5] (na costa marinha), podem-se adicionar cerca de três centenas de aves recenseadas nas zonas húmidas estuarinas, “rias” e outras áreas[3]. Contudo, esta ave também inverna ao longo de rios, ribeiros e represas que não são normalmente recenseadas. Além disso, é uma ave discreta, e mesmo na costa marinha, que foi bem prospetada, os seus números deverão estar subestimados.

Ecologia e habitat

Durante a época de reprodução, em Portugal, o maçarico-das-rochas frequenta sobretudo ribeiras do interior do país com margens relativamente abertas, sem galerias ripícolas densas. Também nidifica em algumas represas. Fora da época de reprodução encontra-se numa enorme diversidade de habitats, desde ribeiras, represas, estuários, até à costa marinha. Nas praias, esta espécie está claramente associada a setores rochosos, muitas vezes com uma faixa intermareal estreita, onde estas aves tendem a surgir isoladas[4].

Ameaças e conservação

A população europeia poderá estar estável ou em ligeiro decréscimo[2]. Não existe informação segura para Portugal. Entre nós, é provável que esta espécie sofra com a crescente alteração das margens dos rios. Também a presença de pescadores desportivos e pessoas em passeio nas zonas de nidificação pode, involuntariamente, perturbar as aves, fazendo falhar as suas tentativas de reprodução. Esta ameaça parece afetar também outras populações europeias[2].

Referências

  1. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  2. Delany S, Dodman T, Stroud D & Scott D (2009). An atlas of wader population in Africa and western Eurasia. Wetlands International, Wageningen

  3. Lecoq M, Lourenço PM, Catry P, Andrade J & Granadeiro JP (2013). Wintering waders on the Portuguese mainland non-estuarine coast: results of the 2009-2011 survey. Wader Study Group Bull. 120: 66-70

  4. Lourenço PM, Catry P, Lecoq M, Ramírez I & Granadeiro JP (2013). The roles of disturbance, geology and other environmental factors in determining abundance and diversity in coastal avian communities during winter. Marine Ecology Progress Series 479: 223-234

  5. Projeto Arenaria (2014). Monitorização da distribuição e abundância de aves nas praias e costas de Portugal