Galheta

Galheta

Espécie Marinha

Phalacrocoracidae

Phalacrocorax aristotelis

European Shag

Fenologia no ContinenteResidente e invernante

Fenologia na MadeiraAusente

Fenologia nos AçoresAusente

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

A galheta pode ser encontrada na costa europeia atlântica desde a Rússia, passando pela Islândia, até Marrocos. A espécie ocorre também no Mediterrâneo e no Mar Negro[3]. As suas populações são geralmente residentes havendo, no entanto, movimentos de pequena amplitude efetuados maioritariamente por aves imaturas no período pós-nupcial. Em Portugal é uma espécie relativamente localizada, ocorrendo exclusivamente na costa continental, não sendo conhecidos registos nos arquipélagos oceânicos. A espécie distribui-se ao longo da costa rochosa ocidental do cabo Carvoeiro para sul, concentrando-se grande parte da população nacional no arquipélago das Berlengas[4]. No inverno, indivíduos provavelmente oriundos das colónias galegas podem também ser observados no litoral norte[2].

Abundância e evolução populacional

Em Portugal, é uma espécie pouco abundante. Em 2002, a sua população foi estimada em cerca de 100 a 150 casais nidificantes[4]. Nas últimas décadas, a área de distribuição da população reprodutora não parece ter sofrido alterações[4][2]. Do mesmo modo, o efetivo populacional tem permanecido relativamente estável. No arquipélago das Berlengas, a espécie tem sido monitorizada regularmente nos últimos 30 anos, tendo sido contados 90 casais em 1995, 79 a 105 casais em 2002 e 82 casais em 2012[7][5][6].

Ecologia e habitat

É uma espécie costeira que frequenta habitats rochosos não se afastando para mar aberto. Alimenta-se predominantemente de peixes capturados junto ao fundo, em águas que vão até algumas dezenas de metros de profundidade[3]. Nidifica isoladamente ou em pequenas colónias em falésias, na costa e em ilhéus. O ninho é construído em plataformas, fendas e grutas, geralmente abrigadas. No nosso país, a época reprodutora decorre principalmente de fevereiro a julho[7].

Ameaças e conservação

Os efetivos nacionais representam apenas uma pequena fração das populações europeias, que apresentam uma tendência de decréscimo[1]. A maior parte da população nacional ocorre dentro de áreas protegidas, estando concentrada no arquipélago das Berlengas, em particular na ilha da Berlenga. Não são conhecidas ameaças relevantes em Portugal. Todavia, devido aos seus hábitos, a galheta é potencialmente vulnerável a algumas artes de pesca, como redes de emalhar, e à poluição por hidrocarbonetos.

Referências

  1. BirdLife International (2004). Birds in Europe: population estimates, trends and conservation status. BirdLife International (BirdLife Conservation Series No. 12), Cambridge

  2. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  3. del Hoyo J, Elliott A & Sargatal J (eds.) (1992). Handbook of the birds of the world. Vol. 1. Lynx Edicions, Barcelona, Spain

  4. Equipa Atlas (2008). Atlas das Aves Nidificantes em Portugal (1999-2005). Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Parque Natural da Madeira e Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. Assírio & Alvim, Lisboa

  5. Lecoq M (2003). Censo das Populações de Aves Marinhas Nidificantes no Arquipélago da Berlenga em 2002: Calonectris diomedea, Phalacrocorax aristotelis e Uria aalge. Relatório II (Final): Censo da População em 2002. SPEA, Lisboa

  6. Lecoq M, Crisóstomo P, Mourato E, Morais L & Andrade J (2012). Censo da População Reprodutora do Corvo-marinho-de-crista no Arquipélago das Berlengas em 2012. Relatório da Acção A – Actividade 2. Projecto FAME. Relatório não publicado. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa

  7. Neto J (1997). Contribuição para o conhecimento da biologia reprodutiva do Corvo-marinho-de-crista Phalacrocorax aristotelis na Reserva Natural da Berlenga. Airo 8: 16-24