Moleiro-do-árctico

Moleiro-do-árctico

Espécie Marinha

Stercorariidae

Stercorarius pomarinus

Pomarine Jaeger

Fenologia no ContinenteMigrador de passagem

Fenologia na MadeiraMigrador de passagem

Fenologia nos AçoresMigrador de passagem

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

O moleiro-do-árctico nidifica no alto Ártico da Eurásia e da América do Norte, invernando nas águas tropicais da maioria dos oceanos, e ainda nas águas frias ao largo da América do Sul, da África do Sul e da Austrália[3]. Em Portugal Continental parece ser mais frequente nas águas da plataforma e do talude continentais, ocorrendo também em águas oceânicas, sobretudo no verão e no outono. Pode por vezes ser observado a partir de terra, em especial durante condições atmosféricas adversas[4]. É um migrador de passagem, ocorrendo no período pós-nupcial (de finais de julho a inícios de novembro, com maior frequência em outubro), e durante a migração pré-nupcial, que deverá decorrer pelo menos em março e abril[1]. Nos Açores e na Madeira, é um migrador de passagem regular, sobretudo na migração pós-nupcial, que decorre predominantemente em setembro e em outubro[5][6], estendendo-se provavelmente até Novembro neste último arquipélago[6]. As observações feitas em abril e em maio em águas açorianas corresponderão a indivíduos em passagem pré-nupcial.

Abundância e evolução populacional

Devido à falta de monitorização, não existem dados sobre as populações desta espécie que passam pelas águas portuguesas. Em situações excecionais, associadas à passagem de sistemas frontais, podem observar-se centenas de indivíduos a partir de pontos favoráveis na costa[4]. Nos últimos anos, houve um aumento considerável dos registos deste moleiro, que deverá ser consequência do maior esforço de observação. Resultados de contagens sugerem que centenas de indivíduos passam ao largo de Porto Moniz, na Madeira, em cada outono[6]. É provável que um fenómeno semelhante aconteça nas águas dos Açores. Em ambos os arquipélagos, este moleiro é raro durante o inverno[5][6]. No mar da Madeira, uma parte dos indivíduos não deverá ser detetada, por se deslocar relativamente alto sobre o oceano, aproveitando os ventos predominantes de nordeste[6].

Ecologia e habitat

O moleiro-do-árctico nidifica na tundra ártica, em baixa densidade, de junho a agosto, sendo territorial. Uma parte substancial da sua dieta nas zonas de reprodução é composta por lemingues e outros roedores, e inclui ainda aves jovens e ovos, entre outros, quando os primeiros escasseiam[2]. Durante o período não reprodutor este moleiro tem hábitos pelágicos. No mar, os peixes constituem as suas principais presas, podendo ainda capturar pequenas aves marinhas[3]. Como é habitual entre os moleiros, rouba alimento a outras aves marinhas, sendo as vítimas, em Portugal, sobretudo gaivotas, pardelas e garajaus[1].

Ameaças e conservação

A população desta espécie encontra-se aparentemente estável[7], não sendo conhecidas ameaças relevantes. Todavia, a sua dependência da tundra ártica, onde se reproduz, bioma potencialmente muito vulnerável às alterações climáticas, pode colocá-lo em risco.

Referências

  1. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  2. Cramp S (1985). The birds of the Western Palearctic, Vol. IV. Oxford UniversityPress, Oxford, New York

  3. del Hoyo J, Elliot A & Sargatal J (eds.) (1996). Handbook of the birds of the world. Vol. 3. Lynx Edicions, Barcelona

  4. Moore CC (2000). Movimentações invulgares de aves marinhas junto ao cabo Carvoeiro. Pardela 13: 7-10

  5. Birding Azores (2014). Birding Azores database.

  6. Birding Madeira (2014). Trip reports.

  7. BirdLife International (2014). IUCN Red List for birds.