Gaivotão-real

Gaivotão-real

Espécie Marinha

Laridae

Larus marinus

Great Black-backed Gull

Fenologia no ContinenteInvernante

Fenologia na MadeiraAcidental

Fenologia nos AçoresInvernante

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

O gaivotão-real nidifica desde o extremo noroeste da Rússia, incluindo a Escandinávia e as costas do mar Báltico, o Reino Unido, a Irlanda e o noroeste de França, passando pela Islândia e pelo sul da Gronelândia, até às costas atlânticas do Canadá e do norte dos Estados Unidos[4]. No Inverno, as suas populações mais setentrionais migram para latitudes mais amenas, constituindo Portugal o limite sul da área de distribuição europeia[4]. Em Portugal Continental distribui-se por toda a costa, frequentando principalmente a metade norte do país, até ao estuário do Sado[3]. A espécie ocorre a partir de meados de setembro, sendo a maioria das aves observada no período de invernada [8][3]. Existem também observações de indivíduos não reprodutores durante os meses de primavera e de verão[6][3]. No mar parece ser mais frequente no outono e na primavera. Recapturas de indivíduos anilhados indicam que as aves que chegam a Portugal são na sua generalidade provenientes de colónias europeias, como as da Irlanda ou do norte de França[7][1], mas também já foi observada no norte do país uma ave proveniente do Canadá[3]. A presença da espécie é regular em todas as ilhas dos Açores, em números reduzidos e sobretudo durante a época não reprodutora[10].

Abundância e evolução populacional

A espécie é muito escassa no nosso país, podendo a sua abundância estar dependente do rigor dos invernos no norte da Europa. As observações desta gaivota têm vindo a aumentar no Continente e nos Açores[8] possivelmente fruto do maior número de observadores. Globalmente, a tendência da espécie tem sido de ligeiro aumento, com as populações americanas a permanecerem estáveis[5]. No entanto, em algumas populações europeias importantes, como as do Reino Unido, tem sido registado um declínio progressivo, sobretudo nos últimos anos[9].

Ecologia e habitat

Fora da época de reprodução, esta gaivota observa-se frequentemente em bandos mistos com a gaivota-d’asa-escura, o que por vezes dificulta a sua deteção. É normalmente observada a repousar em praias de areia, no litoral rochoso ou em zonas portuárias, ocorrendo por vezes ao largo sobre a plataforma continental [3]. O gaivotão-real é uma espécie oportunista tendo por isso uma dieta variada. Nas zonas de reprodução esta pode incluir pequenos peixes, ovos, aves juvenis ou adultas, pequenos mamíferos, insetos ou até animais mortos e lixo orgânico[4].

Ameaças e conservação

Não são conhecidas ameaças específicas para esta gaivota nas nossas águas. Sendo uma espécie de hábitos oportunísticos, poderá ser localmente afetada pela proibição das rejeições provenientes de barcos de pesca[9]. O seu recente declínio no Reino Unido fez com que cessassem medidas de controlo populacional sobre esta espécie, como o abate e a destruição de ninhos mediante licença[9]. Na Dinamarca, é considerada uma espécie cinegética[2].

Referências

  1. Bernis F (1967). Aves Migradoras Ibéricas Ségun Anillamientos en Europa, fasc. 5. Publicacion especial de la Sociedad Española de Ornitologia. SEO , Madrid

  2. Bregnballe T, Noer H, Christensen TK, Clausen P, Asferg T, Fox AD & Delany S (2006). Sustainable hunting of migratory waterbirds: the Danish approach, In Boere G, Galbraith C, Stroud D (eds.), Waterbirds around the world, The Stationary Office, Edinburgh, UK: 854-860

  3. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  4. del Hoyo J, Elliot A & Sargatal J (eds.) (1996). Handbook of the birds of the world. Vol. 3. Lynx Edicions, Barcelona

  5. Delany S & Scott D (2006). Waterbird population estimates. Wetlands International, Wageningen, The Netherlands

  6. Leitão D, Catry P, Costa H, Elias G & Reino LM (1998). As aves do estuário do Tejo. ICN, Lisboa

  7. Harris MP (1962). Recoveries of ringed Great Black-backed Gull as shown in ringing data. Bird Study 17: 174-182

  8. Observações publicadas em Noticiários Ornitológicos, ver Publicação – pág. 207

  9. Taylor M & Tipling D (2014). RSPB Seabirds. Bloombury Publishing, London

  10. Birding Azores (2014). Birding Azores database.