Falaropo-de-bico-grosso

Falaropo-de-bico-grosso

Espécie Marinha

Scolopacidae

Phalaropus fulicarius

Red Phalarope

Fenologia no ContinenteMigrador de passagem e invernante

Fenologia na MadeiraMigrador de passagem

Fenologia nos AçoresMigrador de passagem e invernante

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

Este falaropo nidifica no alto Ártico da Eurásia e da América do Norte. As áreas de invernada conhecidas localizam-se nas águas ao largo da faixa ocidental da América Latina e de África. Nas águas portuguesas a sua distribuição não está bem documentada, ocorrendo tanto sobre a plataforma continental como para além desta[4][1]. Aproxima-se de terra geralmente como consequência de condições atmosféricas adversas, podendo então observar-se junto à costa. O inverno e a migração pós-nupcial, que decorre a partir de finais de julho até pelo menos finais de outubro, são os períodos em que é mais fácil observá-lo. Nas águas açorianas ocorre sobretudo de julho a novembro, observando-se também no inverno e na primavera [6][4]. Na Madeira não existe ainda um padrão claro de ocorrência, surgindo a partir de finais de julho até setembro, com alguns registos também na primavera.

Abundância e evolução populacional

O número de indivíduos que utiliza as nossas águas, quer durante a migração quer durante o inverno, é mal conhecido. Algumas contagens publicadas[1][5][3] sugerem a passagem de milhares de indivíduos em migração pela ZEE portuguesa, entre Agosto e outubro. No entanto, a população é muito difícil de estimar com precisão devido à grande variação interanual do número de aves em passagem, bem como da sua detetabilidade. Nos Açores é uma espécie relativamente rara, mas regular, enquanto que na Madeira é muito mais escassa.

Ecologia e habitat

Fora da época reprodutora é essencialmente pelágico, sendo muito abundante sobre os taludes continentais, como sucede ao largo de África Ocidental[2]. Nas nossas águas não é raro além da plataforma, ocorrendo com frequência sobre as águas profundas do oceano, a várias centenas de milhas náuticas da costa[4]. No mar, alimenta-se essencialmente de plâncton enquanto nada, rodopiando com frequência, fazendo com que este suba até à superfície. Pelo facto de seguir as grandes baleias, capturando por vezes pequenos parasitas no seu dorso, e aproveitando o plâncton que estas empurram para a superfície, era seguido pelos antigos baleeiros para as localizar[2]. Este falaropo nidifica na tundra geralmente próximo da costa.

Ameaças e conservação

Não existem ameaças importantes identificadas, embora globalmente este falaropo esteja a diminuir[7]. Contudo, a médio/longo prazo, são de prever alterações nos ecossistemas da tundra ártica, onde a espécie se reproduz, podendo estas vir a constituir uma ameaça séria. Devido aos seus hábitos alimentares, é possível que ingira grandes quantidades de pequenas partículas de plástico que flutuam no mar[2].

Referências

  1. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  2. del Hoyo J, Elliot A & Sargatal J (eds.) (1996). Handbook of the birds of the world. Vol. 3. Lynx Edicions, Barcelona

  3. Observações publicadas em Noticiários Ornitológicos, ver Publicação – pág. 207

  4. Ramírez I, Geraldes P, Meirinho A, Amorim P & Paiva V (2008). Áreas Importantes para as Aves Marinhas em Portugal. Projecto LI FE04NAT/PT/000213 – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves. Lisboa

  5. Relatórios do Comité Português de Raridades, ver Publicação – pág. 207

  6. Birding Azores (2014). Birding Azores database

  7. BirdLife International (2014). IUCN Red List for birds