Alcatraz

Alcatraz

Espécie Marinha

Sulidae

Morus bassanus

Northern Gannet

Fenologia no ContinenteInvernante e migrador de passagem

Fenologia na MadeiraInvernante e migrador de passagem

Fenologia nos AçoresInvernante e migrador de passagem

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

O alcatraz reproduz-se no Atlântico Norte, principalmente no noroeste europeu, mas também no Canadá. As maiores colónias situam-se sobretudo nas Ilhas Britânicas[2]. As suas áreas de invernada principais encontram-se ao longo das costas da África Ocidental e do Atlântico europeu, ocorrendo ainda no Mediterrâneo. Esta espécie distribui-se por toda a costa continental portuguesa. É observada ao longo de todo o ano, em especial no inverno e durante as migrações pré-nupcial (janeiro e fevereiro) e outonal (setembro a novembro)[1]. Os indivíduos que frequentam as águas portuguesas são originários de toda a área de distribuição europeia[1][3]. Nos Açores ocorre regularmente em pequeno número tanto nos períodos de passagem migratória como durante o inverno, sendo mais frequente durante a migração (Birding Azores). Na Madeira, é relativamente raro, observando-se na passagem migratória e durante o inverno[6][7][8].

Abundância e evolução populacional

Nas águas continentais, o alcatraz é uma das aves marinhas mais abundantes. Durante os períodos de invernada e de passagem migratória, nos meses de setembro a março, esta ave é particularmente numerosa[1]. Em alguns locais, como por exemplo nas zonas em frente aos cabos Raso e de São Vicente, podem passar largas centenas de indivíduos por hora durante a migração. A nível global as populações desta espécie estão a aumentar[9], o que se deverá refletir no número de aves que frequenta as águas portuguesas.

Ecologia e habitat

É uma espécie exclusivamente marinha que ocorre em forte associação com as águas da plataforma e do talude continentais. Salvo situações extraordinárias, não pousa em terra firme fora do período reprodutor. Observa-se tanto isoladamente como em pequenos grupos, chegando a formar bandos de grandes dimensões quando se alimenta[1]. Consome algumas espécies de peixes pelágicos que formam grandes cardumes. Em Portugal, a sua dieta ainda não foi estudada, mas deverá incluir espécies como as cavalas, os carapaus, as sardinhas e os peixes-agulha. É uma espécie oportunista que se adapta com facilidade, aproveitando também as rejeições lançadas pelas embarcações de pesca[2].

Ameaças e conservação

Nas últimas décadas, fruto do aumento da população, têm surgido novas colónias em diversos locais, em parte devido a medidas de protecção em terra durante a reprodução. Existem notícias de que a captura acidental e mesmo intencional em embarcações de pesca em África poderá estar a aumentar, o que poderá vir a causar problemas de conservação a esta espécie. Nas águas portuguesas, é ainda pouco conhecido o impacto que as artes de pesca têm sobre os alcatrazes, que não raramente são capturados nos palangres [5]. Aves de várias classes de idades encontradas mortas nas praias portuguesas, continham níveis de metais pesados passíveis de causar efeitos nocivos nesses indivíduos[4].

Referências

  1. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  2. del Hoyo J, Elliott A & Sargatal J (eds.) (1992). Handbook of the birds of the world. Vol. 1. Lynx Edicions, Barcelona, Spain

  3. Fort J, Pettex E, Tremblay Y, Lorentsen SH , Garthe S, Votier S, Pons JB, Siorat F, Furness RW, Grecian WJ, Bearhop S, Montevecchi WA & Grémillet D (2012). Meta-population evidence of oriented chain migration in northern gannets (Morus bassanus). Frontiers in Ecology and the Environment 10: 237–242

  4. Mendes P, Eira C, Torres J, Soares A, Melo P & Vingada J (2008b). Toxic element concentration in the Atlantic gannet Morus bassanus (Pelecaniformes, Sulidae) in Portugal. Archives of Environmental Contamination and Toxicology 55(3): 503-9

  5. Oliveira N, Henriques A, Miodonski J, Pereira J, Marujo D, Almeida A, Barros N, Andrade J, Marçalo A, Santos J, Oliveira IB, Ferreira M, Araújo H, Monteiro S, Vingada J & Ramírez I (2015). Seabird bycatch in Portuguese mainland coastal fisheries: An assessment through on-board observations and fishermen interviews. Global Ecology and Conservation 3: 51–61

  6. Birding Madeira (2014). Trip reports.

  7. Birds & Company (2014). Madeira archipelago bird sightings reports.

  8. Madeira Birds (2014). Trip reports.

  9. MBirdLife International (2014). IUCN Red List for birds.